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Os Poderes na Sombra

  • Ignatyus Arkadel
  • Nov 3, 2016
  • 20 min read

A Verdade

Tanto nós quanto o sobrenatural não estamos sozinhos neste mundo. Sem que saibamos, todos somos presas de ventríloquos que nos vigiam em segredo. Porque desde a muito tempo, o homem já não é dono de sua história.

Existem três organizações em Gaïa que nas sombras manejam os acontecimentos importantes. Se fazem chamar a si mesmos Imperium, a Tecnocracia e os Illuminati, e possuem um poder que nem os imortais podem imaginar. Não é possível dizer quando apareceram concretamente, ainda que tudo parece indicar que nasceram mesmo antes da Guerra da Escuridão. Durante estes últimos milênios, sua intervenção no mundo se tornou escassa, mas mesmo a mínima de suas intrusões mudam o curso da vida de todos os seus habitantes. Cada uma das organizações é formada por membros das três raças dominantes de Gaïa. Imperium, a primeira delas, pertence aos seres humanos, a Tecnocracia corresponde aos Sylvain e finalmente os Illuminati aos Duk' zarist. Possuem imensos domínios em todos os campos, combinando a ciência e a magia com outras forças desconhecidas. Seu objetivo não é dominar o mundo. Se quisessem conquista-lo, só necessitariam de uma hora para faze-lo. Se ocupam de vigiar os acontecimentos que acercam Gaïa e acompanham o avanço de cada povo para a meta que desejam.

Existe uma grande tensão entre as três, mas se vêem obrigadas a se suportarem mutuamente. São muito conscientes de que se qualquer uma delas confrontar a outra, o conflito desgarraria a própria realidade de um modo irreparável, e sem importar seu ganhador, a existência seria a que sairia perdendo.

A história nas sombras

De um modo quase imperceptível, os poderes nas sombras intervem na história de Gaïa praticamente desde seu início. Ainda que muito poucos são conscientes da repercussão que isto tem na evolução do mundo, suas ações explicam muitos dos eventos mais importantes que aconteceram ao longo dos últimos séculos.

Durante milênios permaneceram inativos. A primeira intrusão importante da qual se tem constância foi durante a Era do Caos. Naquela época, toda Gaïa se encontrava em um estado anárquico. Os seres humanos haviam dado pé a diferentes civilizações, mas ainda estavam muito longe de alcançar o nível de desenvolvimento que tinha qualquer uma das outras raças. Além do mais, se confrontavam continuamente uns contra os outros: em menos de um século estalaram mais de uma centena de guerras que os emergiram uma e outra vez nas trevas.

Foi então quando Imperium decidiu se intrometer no destino do mundo. Sua primeira meta era unificar todos os homens abaixo de uma só bandeira e depois controlar sua evolução e seu desenvolvimento. Para isso, se inclinaram por um experimento social muito arriscado com do qual esperavam analisar o comportamento do homem: criar uma civilização muito adiantada que pudesse se converter em uma referência a ser seguida pelas demais. Escolheram Sólomon, um poderoso Império daquela época, e lhe deram trinta fragmentos de metal negro que continham enormes conhecimentos de tecnomagia, capazes de coloca-los por cima de qualquer outra raça de Gaïa. Aquelas placas metálicas eram dispositivos realmente curiosos. Se tratava de entidades quase vivas, inteligências artificiais programadas para evoluírem por si mesmas, revelando conforme passavam os anos, a informação que continham. Deste modo, Sólomon progrediria ao longo dos séculos pela forma proposta pela Imperium, enquanto estes colhiam os dados de seu experimento.

Com as placas em seu poder, o império prosperou da noite pro dia e durante mais de cinquenta anos se alçou como uma das maiores potências que havia se visto no mundo. Encabeçados pelo imperador Andromalius e seu senado, iniciaram inumeráveis projetos, como construir marionetes místicas para realizar o trabalho manual, extirpar todas as enfermidades ou inclusive desenvolver máquinas sobrenaturais que podiam controlar magicamente o clima.

Mas as coisas não saíram como Imperium esperava, aqueles que haviam decidido deixar a completa liberdade ao homem. Em sua prepotência, os cidadãos de Sólomon guardaram seus conhecimentos apenas para si mesmos, submetendo pela força a todos aqueles que não se subjugavam diante a eles e convertendo-os em pouco menos que escravos. Além do mais, ainda que isto havia contrariado ligeiramente seus bem-feitores, planejaram também iniciar uma ofensiva idêntica contra as outras raças até dominarem toda Gaïa. Temendo as conseqüências do que isto poderia ocasionar entre os restantes poderes nas sombras, e o que era ainda pior, iniciar um confronto de Beryls e Shajads, a resposta da Imperium foi terminante. Como um castigo divino, suas forças de elite, sobre Sólomon, devastou o império em apenas algumas horas. Apagaram todos os conhecimentos que haviam lhes dado e arrasaram suas obras até os entulhos. Os céus haviam respondido com severidade, deixando para trás apenas dor, vazio e sangue. Não obstante, se ocorreu algo que escapou aos desígnios da Imperium: entre a destruição não conseguiram recuperar as trinta placas que Andromalius havia escondido, utilizando as mesmas artes que aprendeu com elas.

Aquela experiência foi um espinho que Imperium deveria suportar, e que mesmo hoje, o incomoda profundamente. Se deram conta de que controlar a evolução dos homens mediante o conhecimento era um fracasso, assim decidiram tranca-los com a ignorância. Mas a intervenção da organização não havia passado despercebida aos Illuminati e aos Tecnocratas. Incomodados com aquele experimento, lhes advertiram de que se operassem tão abertamente no mundo, eles também fariam. Para apaziguar um pouco aquela tensa situação, os três poderes nas sombras chegaram ao acordo de nunca mais operarem de modo similar no destino de Gaïa.

Mas sem que os demais poderes soubessem, Imperium seguiu buscando um método para alcançar seu objetivo. Necessitavam de algo que unisse os homens e que ao mesmo tempo, os deixassem no desconhecimento da verdade. E no final, encontraram uma solução no lugar que menos podiam imaginar: nas lendas daquele que havíamos esquecido. Para conseguir seus propósitos, inseminaram em uma mulher virgem a semente de um ser humano perfeito, e manipularam a história criando o contexto adequado para seu desenvolvimento. Assim, julgando a ser Deus, deram a vida a uma criança chamada Cristo.

Imperium planejou unificar toda a humanidade utilizando a religião, e desta vez seu experimento foi um sucesso maior do que esperavam. Cristo, por cujas veias corriam todos e cada um dos princípios divinos que representava, cumpriu seu cometido a perfeição. Finalmente, para obter um mártir e evitar que sua poderosa criação pudesse se pôr contra eles mesmos, o induziu a morrer simbolicamente crucificado nas muralhas de Sólomon, um teatro que só eles entenderam.

Mas novamente ocorreu algo que não se encontrava dentro de seus planos. Iscariote, um dos doze apóstolos de Cristo, recebeu como pagamento por sua traição os trinta fragmentos de conhecimento que Andromalius escondeu séculos atrás. Para o povo de Sôlomon, incapaz de compreende-los, não representavam nada de valor. Mas nas mãos de Iscariote, um dos seres humanos mais poderosos de sua era, cobraram um aterrador significado. Se escondeu na Vigília e durante anos aprendeu tanto quanto pôde sobre as placas e seus criadores até que foi dolorosamente consciente da existência dos poderes na sombra. Cheio de ira por ter sido usado como um títere, usou a tecnomagia que havia assimilado e seus próprios conhecimentos para construir em segredo uma máquina para controlar o destino e destruir a Imperium, os Illuminati e a Tecnocracia. Mesmo assim não foi capaz de termina-la, e cedeu o relevo de sua criação ao seu filho. Duzentos anos depois, Rah, seu último descendente, se manifestou no mundo e iniciou a Guerra de Deus. O engenho estava quase terminado, mas para poder utiliza-lo corretamente devia ser carregado com almas como fonte de energia. Portanto, Rah iniciou a guerra com dois objetivos; liberar os homens das cadeias das quais estavam atados pela falsa religião e completar sua criação com as almas dos mortos na guerra. Os poderes nas sombras presenciaram os acontecimentos com apreensão, ainda que o pacto que haviam feito um século atrás lhes impediu de atuar abertamente de novo. Quando Rah foi derrotado, e uma última e desesperada ação ativou a máquina para disparar um golpe mortal sobre as três organizações, cujas maquinarias e poderes ficaram seriamente danificados.

Derek, trajado de sua armadura Jürgand

Então, vendo no que resultou no mundo que trataram de cuidar durante tanto tempo, Imperium, Tecnocratas e Illuminati decidiram se reunir para evitar o cataclismo sem precedentes que caiu sobre todas as civilizações. Sabendo de que qualquer situação que fossem adotar seria tão monumental que chamaria a atenção tanto dos Shajads quanto das Beryls, preferiram contata-los e lhes convidaram a participar em sua reunião. Assim chegaram a conclusão de que a única solução inteligente era separar o mundo em três partes diferentes, das quais cada um deles se ocuparia exclusivamente. A partir deste momento, Imperium velou pelo correto funcionamento do Sacro Império de Abel, muito satisfeitos com a obra de Zhorne Giovanni. O imperador havia conseguido por si só unificar o mundo tal como eles sempre haviam desejado, e agora a única coisa que deveriam fazer é assegurarem sua estabilidade. Imperium era consciente de que os seres humanos nunca estariam por um demasiado tempo abaixo de uma só bandeira, inclusive sendo unidos por uma religião comum. Para evitar a segregação, desenvolveram um sistema chamado Auspício, que lhes permitia influenciar nas decisões de pessoas com altos cargos e impedir que estalassem conflitos em grande escala. Durante quase sete séculos tudo passou exatamente como planejavam, manejando a história como escritores nas sombras. Ainda assim, muitas pessoas começaram a desenvolver imunidades contra o Auspício, e o sistema se tornou cada vez mais instável. E foi então que apareceu Eljared.

Eljared era um destacado membro do Círculo Interno da Imperium que desceu ao mundo, e desde então tentou tomar o controle da organização para fins desconhecidos. Durante dois anos utilizou de sua influência para encobrir suas ações, tratando de fazer isso com todo o poder que lhes fosse possível, antes que descobrissem sobre sua verdadeira identidade. Ao lado do Imperador e como cabeça da Igreja, se cobriu ante uma intervenção direta enquanto conseguia, mediante a desinformação, enganar um grupo de Jürgand para que se colocassem a seu serviço. Além do mais, subjugou poderosas entidades sobrenaturais que desejavam o desaparecimento dos poderes nas sombras. No preciso instante que a Imperium se deu conta do que se passava, Eljared atacou todos seus sistemas, destruindo completamente o Auspício. O confronto entre a esquadra insurgente e as forças da Imperium foi desmedido, e provocou verdadeiras catástrofes naturais. No fim, todo o grupo rebelde e as entidades que o apoiava foram completamente exterminados, e a organização assegurou de apagar imediatamente qualquer vestígio do caos. Enquanto Eljared, havia desaparecido. Pode ser que tenha escapado para o Inferno, ainda que também existe a possibilidade de que morreu ao tentar levar a cabo seus verdadeiros planos, dos quais seguem sendo um mistério.

Mas este confronto teve também muitas conseqüências negativas na organização. O sistema Auspício se tornou completamente inútil já que o homem terminou de se imunizar a ele, e o Império começou a despedaçar pouco a pouco. Não bastando, a batalha interna provocou uma considerável fraqueza de suas forças, tornando a Imperium por sua primeira vez na história, vulnerável a um ataque dos restantes poderes na sombra.

O Pacto

Durante a separação, os três poderes nas sombras chegaram a um pacto de não intervir além do território que cada um tem assinado. Se comprometeram além do mais manter em segredo a existência dos outros mundos, e de não dar seus conhecimentos aos habitantes da superfície. No interior, cada um é livre de fazer qualquer coisa, inclusive executar membros das outras organizações.

Entretanto, para secundar o projeto, Gaira e C'iel pediram que se conservasse o livre arbítrio de todos os povos de Gaïa. Reticentes, os poderes nas sombras aceitaram, sempre quando tanto os Shajads quanto as Beryls se mantivessem também completamente isolados dos assuntos mortais. Até o momento, o pacto foi mantido integramente por todos os que o firmaram. Também se incluiu uma estranha cláusula na qual os Shajads e as Beryls insistiram, pelo qual Imperium se compromete a não prejudicar aos descendentes de Zhorne Giovanni. Por uma causa ou por outra, tanto os senhores da Luz quanto os das Trevas seguem com especial interesse os pormenores da estirpe, desde que Zhorne foi capaz de mudar o curso dos acontecimentos do destino durante a Guerra de Deus.

Imperium

Imperium é o mais poderoso dos três poderes nas sombras. É a organização dos homens, que desde a separação do mundo se ocupa de nos vigiar sem que nos demos conta. Sua principal finalidade é velar pela existência do ser humano. Cuidam de nós, nos orienta do modo que consideram mais apropriado. De certa maneira, são nossos anjos guardiões, ainda que para isso devam se converter também em carcereiros e nos manter na ignorância.

Foi o primeiro dos três poderes nas sombras a surgir. Sua verdadeira origem é um enigma, ainda que existem muitas teorias sobre sua criação. A mais estendida entre aqueles que a conhecem é que foi formada por um reduzido grupo de seres humanos que alcançaram poderes quase divinos após a Guerra da Escuridão, dos quais tomaram a decisão de vigiar a evolução de Gaïa. Porém, as entidades mais antigas tem uma hipótese muito mais sombria. Opinam que a organização nasceu a partir de um reduzido grupo de homens dos quais os criadores aplicaram parte de seus conhecimentos perdidos como experimento, mesclando além destes limitadas recordações com vastas habilidades sobrenaturais. De qualquer modo, só se trata de hipótese, já que a verdade é conhecida apenas por pouquíssimos membros do Círculo Interior.

Mesmo agora, debilitado após o incidente de Eljared, seu poder é ligeiramente superior ao que possuem a Tecnocracia e os Illuminati. Nenhuma criatura, por mais forte que seja, pode confrontar a Imperium, já que inclui entidades que os seres humanos considerariam deuses. Apenas os Shajads ou as Beryls representam uma potência da qual são capazes de fazer frente.

Sua base central se encontra em uma ilha voadora chamada Jormungandr. Está situada na zona inferior da estratosfera e possui a capacidade de se trasladar de um lugar a outro. Tem também algumas grandes sub-estações, a maioria das quais são cidadelas aéreas, ainda que há algumas exceções construídas abaixo de grandes cidades.

A organização é dividida em diferentes estratos com diferentes atribuições. O corpo central são seus agentes, os encarregados de se mover pelo mundo e realizar todo o trabalho de campo. São indivíduos excepcionalmente complexos e cada um deles é possuidor de habilidades completamente distintas, que se adequam perfeitamente ao tipo de missão que lhes é encomendada. Suas funções são muito diversas, como infiltração, espionagem ou o encobrimento da verdade. Sempre trabalham sós e não permanecem muito tempo no mesmo lugar, ainda que as vezes podem ocupar postos de importância junto a pessoas poderosas para influenciar em suas decisões. A grande maioria são recrutados entre indivíduos dotados com as habilidades que a Imperium necessita, ainda que as vezes são criados mediante a combinação de engenharia genética e magia. Os agentes de maior rank que se encontram sob as ordens diretas da cúpula diretiva recebem o título de "supervisores", e são aqueles que coordenam as ações dos demais. Ninguém nunca abandona a Imperium, mas as vezes lhes permite perder a memória e reempreender uma vida normal sem suas capacidades especiais.

O segundo estrato é composto pelas células de investigação e desenvolvimento, que se ocupam de realizar experimentos sociais e de criar avanços tecnomágicos. Geralmente trabalham nas diferentes sub-estações, ainda que há um reduzido corpo de elite que compõe o equipamento da Jürgand em Jormungandr. As vezes, podem descer a Gaïa para tomar os dados que necessitam em primeira mão.

Finalmente, a cúpula diretiva da Imperium é conhecida como o Círculo Interior, e são aqueles que tomam todas e cada uma das decisões importantes que são postas em prática. Eles tecem as linhas que estipulam o destino do mundo. Suas identidades são desconhecidas, já que nenhum deles se encontra sobre a superfície de Gaïa. Residem sempre em Jormungandr e só descem ao mundo em pouquíssimas ocasiões. Em sua maioria são (ou foram) humanos, ainda que provavelmente receberam implantes sobrenaturais ou nasceram a partir dos princípios da tecnomagia. Entretanto, ainda há outro poder acima do Círculo. Um só homem lhes dirige e suas ordens são sempre obedecidas imediatamente. Dizem que foi o membro fundador e que, ao longo dos milhares de anos de história da organização, sempre foi ele quem foi sua cabeça. Mas o mais surpreendente de tudo é o fato de que se trata de um mero humano, que deteve seu envelhecimento graças aos meios dos quais lhes dispõe. Ninguém sabe o que deve cruzar em sua mente insondável, nem sequer os membros mais antigos do Círculo Interior, que já lhe conhecem desde a vários milênios. A única coisa que se sabe dele é que, quando se apresentou aos Shajads e as Beryls, o fez sob o nome de "Barnabas".

Ao longo dos últimos sete séculos, a principal tarefa da Imperium foi manter em segredo sua presença, assim como a existência de outros mundos, aos quais chamam de Inferno. Controlam toda a informação a respeito, procurando que ninguém possa obter o mínimo indício da verdade. Também impedem que as pessoas sejam capazes de cruzar a barreira, dando caça aos visitantes que chegam de fora.

Se em algum caso se filtra informação ou alguém faz averiguações excepcionalmente preocupantes, utilizam algum de seus agentes para apagar as recordações das pessoas ou das criaturas implicadas que possam saber de algo. É possível inclusive que alterem completamente a memória de povoados ou cidades inteiras para manter o segredo. No geral, tratam de evitar matar alguém, já que contam com os meios suficientes para fazer o que querem sem a necessidade de que haja mortes. Na situação da qual um indivíduo especialmente poderoso saiba demais, se põem em contato com ele e lhe oferecem um posto na organização. Só se não aceita e seja um perigo, se ordena sua eliminação.

Imperium deixa em paz qualquer criatura mística por mais poderosa que seja, sempre que não ponha em perigo o segredo dos Infernos. Por maiores sejam os massacres ou destruição que provocar, a ignorará completamente esperando que Tol Rauko ou a Inquisição se ocupem dela. Apenas interverão se um ou vários seres de enorme força ponham em perigo toda raça humana em seu conjunto, cujo caso utilizariam agentes da Jürgand para acabar com a ameaça. Ainda assim, durante os primeiros anos que seguiram a formação da barreira. Imperium perseguiu certas entidades especialmente poderosas que haviam escapado da separação do mundo. Muitas delas foram absolvidas pela organização e outras destruídas, enquanto que as mais ancestrais se ocultaram na Vigília para evitar a punição. Só em casos muito concretos lhes deram a alguns seres permissão para permanecer nesta parte de Gaïa (principalmente por suas relações de favor com Shajads ou Beryls). Hoje em dia não lhes importa absolutamente se alguém entra ou sai da Vigília, sempre quando não seja uma ameaça para seu segredo.

As vezes, suas células de investigação realizam estranhos experimentos, como trasladar populações inteiras de um lugar a outro para analizar as consequências sociais, ou liberam alguma de suas novas criações, enviando de alguma fonte externa um aviso a Inquisição e Tol Rauko, para medir assim suas capacidades.

Imperium tem muitos contatos em todos os principados e organizações de Gaïa, ainda que aonde maior influência possui é entre os templários de Tol Rauko. Durante os últimos séculos, os manejaram para alcançar a muitos dos seus fins, como recuperar objetos perigosos ou recrutar novos membros para a organização. De fato, o marechal Malakias Graft colabora abertamente com eles, ainda que não tenha nem ideia do verdadeiro alcance de seu poder.

A série de sucessões provocadas por Eljared diminuiu parcialmente a capacidade da Imperium de influenciar sutilmente no mundo, em especial pelo desaparecimento do sistema Auspício. O Auspício consistia em uma espécie de parasita simbionte minúsculo que se introduzia pelo nariz ou ouvidos de uma pessoa, se fundindo com o cérebro. Cada um deles estava conectado a uma rede psíquica sob o controle da organização, que lhes permitia predispor as pessoas a fazer qualquer coisa que quisessem sem chegar a controla-las completamente. Deste modo, evitavam os problemas mais graves do Império sem coagir completamente no livre arbítrio que haviam pactado com C'iel e Gaira. Na atualidade, contam só com seus agentes para manter a estabilidade em ambos continentes, mas seu controle já não é tão absoluto como antes. De todos os modos, o Círculo Interior não se preocupa demasiadamente com isso. É consciente de que se aproxima uma época de mudanças, e pretende observar com determinação os acontecimentos antes de tomar a decisão de voltar a intervir.

Uma de suas principais preocupações é a de recuperar os trinta fragmentos de metal negro de Sólomon, os quais contém um conhecimento demasiadamente perigoso. Também estão preocupados com a descoberta do livro dos mortos por parte da facção da Sol Negro, mas momentaneamente, seguindo sua política de não intervenção, pretendem lhes deixar em paz. Mas estes não são os únicos objetivos da Imperium. O Círculo Interior guarda no mais absoluto segredo um plano muitíssimo mais complexo, um que leva germinando desde a milênios... Pretendem destruir C'iel e Gaira, se livrando definitivamente de sua presença, já que os consideram demasiadamente poderosos para existir. Barnabas sabe que hoje em dia algo assim escapa as suas possibilidades, mas ao longo de suas centenas de milhares de anos aprendeu a esperar pelo momento adequado...

A Tecnomagia

Todos os poderes nas sombras dominam ciências que escapam de nossos conhecimentos. De um modo incrível, conseguiram combinar poderes místicos com tecnologia e biologia, criando uma arte da qual denominam tecnomagia. Cada um deles é ligeiramente mais especializado em um campo e suas construções diferem um pouco das dos demais. Ainda assim os três tem conhecimentos parecidos, ainda que sua aplicação seja bastante distinta.

A tecnologia utilizada pela Imperium não se parece em nada da qual hoje em dia temos. As máquinas utilizam como gerador magia ou energia espiritual e, ainda que em aparência poderiam parecer antiquadas, os resultados que conseguem são incrivelmente efetivos. Suas criações tem todo tipo de finalidades, desde controlar os fenômenos naturais até apagar as recordações das pessoas. Também possuem extensas bases de dados armazenadas em diminutos cristais psíquicos.

A maquinaria não é o único campo que combinam com a magia; seus conhecimentos de biologia, incorporados ao domínio do sobrenatural, são também extraordinários. Criaram diversas substâncias químicas capazes de curar enfermidades e sanar praticamente qualquer tipo de ferimento, ainda que onde verdadeiramente se destacam é na engenharia genética. Mediante a manipulação e combinação do DNA, podem alterar as capacidades físicas e anímicas de qualquer ser vivo. Sua criação mais incrível neste campo foram as "Damas". Se tratam de verdadeiros computadores vivos que utilizam para coordenar e controlar as sub-estações e manter o mundo sob vigilância. Tem a aparência de mulheres enlaçadas, mediante conexões e cabos, a estância central de cada base. Originalmente humanas, as Damas foram reconfiguradas desde embriões para ter um intelecto e uma capacidade de raciocínio sobrenaturais, e recebem dezenas de implantes para se conectarem aos sistemas da Imperium.

Quase todos os avanços são muito aplicados em usos bélicos. A organização idealizou todo tipo de instrumentos para seus agentes, como armas vivas capazes de alterar sua aparência a vontade, ou projetar devastadoras descargas de energia a distância. Do mesmo modo, existem numerosos implantes que lhes permitem melhorar suas habilidades, com extremidades metamórficas.

Outro de seus maiores avanços é a fabricação de golems. Estas criações são quase vivas e podem exercer funções muito diversas, dependendo do objetivo de sua construção. Os "bonecos" são as criações mais básicas, cujos deveres habituais costumam ser o trabalho manual e a manutenção das sub-estações. Podem adotar diversas formas ou tamanhos segundo a natureza de seu cometido, ainda que geralmente são humanóides. A segunda categoria são as chamadas "marionetes", que tem inteligência e as vezes inclusive personalidade. Imperium as reserva para os cometidos mais complexos, ainda que geralmente são "marionetes de guerra", fortemente armadas e preparadas para qualquer contingência. Algumas podem ter aspecto humano e ninguém seria capaz de distingui-las de um verdadeiro ser vivo.

Mesmo hoje, Imperium segue investigando em todos estes campos para alcançar novos avanços tecnomágicos, assim como fazem os outros poderes na sombra.

Jürgand

Jürgand é o braço executor da Imperium, o exército secreto no qual reside seu verdadeiro poder. Cada um de seus componentes é uma arma viva inigualável, capaz inclusive de exterminar exércitos inteiros em poucos minutos. A organização é estruturada em vários esquadrões de agentes que se regem por um estranho sistema militar. A unidade básica é composta por grupos de quatro, e cada membro possui diferentes habilidades. Os diferentes esquadrões são encabeçados por Patriarcas, que recebem ordens diretamente do Círculo Interior ou de Barnabas.

Ao contrário dos outros agentes da Imperium, jamais se movem livremente por Gaïa. Como anjos da morte, os membros da Jürgand só descem ao mundo para realizar missões de busca e destruição, e geralmente, sua estância é excepcionalmente breve. Imperium trata de que tenham a menor relação possível com o mundo, para evitar que estabeleçam laços emocionais com seus habitantes. Por esta causa, os agentes da Jürgand se consideram muitas vezes como os únicos seres humanos verdadeiros, e comparam os povoadores de Gaïa quase como a animais. Comumente se referem aos que vivem na superfície com a alcunha de "cordeiros" ou "vermes". Creem no que fazem com todo o coração e são completamente fieis aos seus ideais. De fato, não conhecem nada mais.

As raras vezes nas quais é encomendada uma missão a Jürgand se envia tão só a um de seus agentes, salvo se o cometido seja tão complexo que requer um grupo inteiro. Todas as sub-estações contam também com um limitado número deles como medida de proteção, junto a seus outros sistemas de segurança.

Não só são dotados já por si de habilidades incomparáveis, quanto levam consigo um avançado equipamento tecnomágico do mais alto nível. Habitualmente vestem sofisticadas exoarmaduras simbiontes chamadas Jürgeneth, que potencializam suas capacidades e lhes dão poderes místicos.

A origem dos integrantes da Jürgand pode ser muito variada. Geralmente são meninos e meninas menores de dois ou três anos, que possuem desde seu nascimento habilidades sobrehumanas excepcionais. Caso se permite a dois agentes ter um filho, o pequeno também formará automaticamente parte da organização. Entretanto, a maioria deles são crianças provetas criados nos princípios da tecnomagia, dos quais se combina DNA humano com essência de várias divindades. Em nenhum caso se admitirá como membro da Jürgand um indivíduo adulto por maiores sejam as habilidades que possua, já que formarão diretamente parte dos agentes "normais" da Imperium.

Os membros da Jürgand residem em Jormungandr, aonde são treinados desde pequenos. A ilha inteira é na realidade uma enorme academia na qual os jovens aprendem tudo o que necessitam saber: história, ciências e qualquer tipo de sistema de combate. Há sete cursos que dependem do nível de habilidade que possuem os estudantes. Quanto tempo permanecem em cada um não se calcula pela idade, mas graças as capacidades que chegam a alcançar. Seus mestres são agentes de alto rank, poderosas entidades místicas ou mesmo em alguns casos, membros do Círculo Interior. Sempre se trata de estimular a competitividade entre os estudantes e assim fomentar seu aprendizado. Para começar, são divididos em sete casas regidas por componentes do Círculo Interior, dos quais se lhes chamam Demiurgos. Cada aluno compete contra as casas rivais e contra seus companheiros para obter as melhores pontuações. Estes pontos são usados como moeda de troca para adquirir qualquer equipamento ou presente que os jovens requeiram. Deste modo, seus próprios instintos lhes impulsionam a melhorar. Naturalmente, se tenta em todo momento potencializarem ao máximo o campo no qual cada um se destaca. Uma vez que se encontram no último curso, são praticamente agentes e lhes podem enviar trabalhos sob a supervisão de um professor. Para se graduarem, devem passar em um exame final que pode consistir em uma missão de campo ou em uma prova preparada para tal eventualidade. Aqueles que alcançam melhores notas, se convertem em chefes de grupo.

Não se conhece o número atual de agentes da Jürgand.

Os outros Poderes na Sombra

Os dois restantes poderes na sombra tem uma influência muitíssima menor em nosso mundo, já que em virtude do pacto de separação não podem atuar sem a permissão da Imperium. Ainda assim, é possível que em ocasiões enviem em segredo um de seus agentes com alguma missão específica, como espionagem ou a perseguição de um fugitivo.

Illuminati

Os Illuminati são um mistério entre os poderes na sombra. É a sociedade secreta que vigia os Duk' zarist e também a mais enigmática de todas. Praticamente nunca intervêm nos assuntos de seu povo, apesar de que sempre estabeleceram laços com os principais dirigentes de seus impérios. A tecnologia dos Illuminati é muito parecida a da Imperium, salvo pelo fato de que utilizam principalmente como matéria prima madeira de Ghestal para suas criações. Seus implantes, marionetes e mesmo exoarmaduras são elaboradas com madeira negra, repletas de runas que lhes dão poder. Inclusive suas bases são controladas pelos Noah, enormes árvores computadorizadas equivalentes as Damas.

Pouco mais se conhece deles salvo que, como os seus, estão muito conectados as estranhas tradições e ritos, ainda que seus costumes e crenças se diferem completamente.

A Tecnocracia

A Tecnocracia é a organização que reconhece em seu seio a maior quantidade de raças sobrenaturais. Apesar de sua diversidade, seus principais dirigentes pertencem a etnia Sylvain, que ostentam o verdadeiro controle nos Tecnócratas. A sociedade é organizada por castas raciais, ainda que as atribuições dos agentes se assignam por suas capacidades e não pela espécie a qual pertencem. Dado que seus povos dominam geralmente a magia, os Tecnócratas centralizam seus conhecimentos na mecânica e no controle das matrizes psíquicas, aonde tem os maiores avanços. Sua tecnomagia se baseia no metal e no cristal, preferindo deixar a biologia em segundo plano. Seus sistemas de controle são compostos por grandes cristais (similares aos usados pela Imperium) nos quais armazenam as mentes de vários indivíduos. Eliminam completamente seus sentimentos e potencializam sua capacidade racional e lógica, de modo que sejam capazes de encontrar em todo momento a solução mais apropriada para cada situação.

Conselhos ao Mestre

Os poderes na sombra podem ser uma importante base para encontrar ideias para ambientalizar suas partidas. As vezes é possível que os jogadores encontrem pistas que lhes permitam descobrir a existência da Imperium, ou mesmo inclusive tratem de averiguar a verdade e busquem um método para viajar para outros mundos. Pode ser que se encontrem com um dos perdidos trinta fragmentos do conhecimento, ou que tenham que deter alguém que por um feito ou outro tenta usa-los para desencadear algo terrível.

Todas estas possibilidades são sem dúvida muito atrativas, mas tenha também em conta o fato de que estas organizações não são um adversário ao qual os personagens possam enfrentar abertamente. Sua verdadeira função é a de atuar como "o grande irmão que lhe vigia", uma sombra capaz de lhes pôr obstáculos em seu caminho sem nunca intervir de um modo direto.

De todos os modos, tampouco é aconselhável englobar os personagens com a manipulação da Imperium. Apesar de seus grandes poderes, as organizações nas sombras não são onipresentes. Seja por desdém, as restrições impostas por Ciel e Gaira ou por sua impossibilidade de controlar tudo, lhes escapam muitos acontecimentos importantes que se ocorrem em Gaïa. Pelo qual, é perfeitamente possível que a maioria de sucessões produzidas nas partidas transcorram sem que eles os conheçam, sendo os jogadores os únicos capacitados para resolve-las. Além do mais, lembre-se que para que decidam atuar diretamente contra uma ameaça, esta deve ser tão descomunal que ponha em perigo a toda raça humana, não só alguns milhares (ou nem sequer um principado inteiro).

Geralmente, o melhor é se esquecer deles salvo se uma campanha alcança a elevados níveis de poder, aonde podem gerar alguns adversários (ou aliados) recorrentes.

 
 
 

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