O Mito de Holst

Ainda que toda a história da região das Terras Geladas está cheia de heróis, nenhum deles se aproxima ao Mito de Holst. Sua lenda se remonta a mais de mil e quinhentos anos e a mais de quinhentos anos antes da chegada de Cristo, em uma época de guerra e caos na qual os clãs se enfrentavam. Segundo contam as lendas, após uma sangrenta batalha, a mãe de Holst morreu enforcada em uma árvore enquanto ainda o carregava em seu ventre, por isso a criança nunca deveria ter nascido. Por causa dos seus gritos, o bebê atraiu a atenção de uma jovem elfa chamada Melkiren que passeava pelos restos da batalha, que o acolheu e cuidou dele como seu filho. A jovem, que vivia nos bosques, ensinou o pequeno a caçar e a lutar, lhe afastando do mundo dos homens. Enquanto o criava, Melkiren se deu conta de que não era uma criança normal, pois possuía qualidades que nunca antes havia se visto em um mortal, nem sequer entre os seus...

Holst podia se comunicar com os espíritos, entendia o idioma dos animais e via coisas que nem sequer ela podia compreender. Por isso, quando o jovem cumpriu os catorze anos, Melkiren explicou a ele que seu lugar não estava ao seu lado e que deveria iniciar uma longa viagem para encontrar seu verdadeiro destino. Como recordação, lhe entregou uma espada, a qual Holst deu o nome de Mournehäven, que significa "Ranger do Gelo".

Durante sua peregrinação pelos bosques, Holst cruzou com centenas de estranhos personagens; inclusive conheceu o deus Uruz, com quem competiu uma caçada pela qual obteve um arco e nove flechas. Dois anos depois de que iniciasse sua viagem, tropeçou com o Rei Olaferson, o senhor de um dos grandes clãs que tratava de unificar as Terras Geladas. Olaferson se dirigia para acabar com o dragão demônio Brahmius, o maior e mais terrível de todos os filhos do Devorador, pois se trouxesse sua cabeça até o conclave dos chefes, seria nomeado Rei dos Reis. Logo ambos se tornaram amigos e Holst decidiu lhe acompanhar na caçada da besta. Mas ao chegar ao covil da criatura, Olaferson se acovardou ao ver o enorme poder de Brahmius e escapou, abandonando Holst por sua própria sorte. O combate entre o jovem e o dragão foi terrível, mas finalmente o futuro herói emergiu vitorioso. Porém o Rei Olaferson, que havia presenciado o sucedido de fora, temeu que Holst contasse sua covardia e provocou um derrubamento que selou a gruta para sempre.

Foi então quando uma das três ceifeiras, Verdal, desceu ao mundo para recolher a alma de Olaferson, e se surpreendeu ao ver o jovem selado no interior da cova. Ao parecer, Holst deveria estar morto no ventre de sua mãe, e sua presença devia ser um acontecimento fora dos limites do equilíbrio, que nem sequer a deusa do destino havia previsto. Entretanto, ainda que devesse te-lo levado, Verdal se enamorou por Holst a primeira vista, assim como ele por ela. Após lhe jurar que voltariam a se encontrar, a ceifeira o liberou e voltou para os céus batendo suas asas, ignorando que nunca poderia cumprir a promessa que havia feito.

Holst correu rapidamente ao conclave dos chefes, aonde Olaferson havia anunciado sua vitória sobre o dragão e se dispusera a receber a maior de todas as honras. Quando o jovem se apresentou na celebração com a cabeça de Brahmius, o Rei o chamou de mentiroso e se lançou sobre ele junto com seus dois filhos, ambos grandes guerreiros, Holst acabou com os três e ganhou o reconhecimento de muitos dos ali presentes. Incapaz de reclamar título algum, foi considerado um grande herói e durante anos viajou de um lado a outro com numerosos clãs, alcançando grandes vitórias e reconhecimento. Com o tempo, foi proclamado Rei Supremo de todas aquelas terras, pois sua fama se havia tornado lendária e qualquer guerreiro da Terras Geladas já havia presenteado sua vida em suas mãos.

Fundou então o imenso reino de Haufmarsormen, com o qual estendeu o poder dos clãs por todas as partes. Se viu obrigado a se casar com a linda filha do Rei Slyganar por causa de um mal entendido e, apesar de que nunca pôde se esquecer de seu misterioso primeiro amor, viveu dias de grande júbilo junto a sua rainha, quem lhe deu três filhos.

Os detalhes da morte de Holst estão envoltos em muita contradição. A história mais estendida (ainda que não necessariamente verdadeira), é que foi ferido de morte durante uma partida de caça por Bragil, seu melhor amigo, quem havia sido enganado pela deusa Helion quando percebeu que o destino do Rei era o de ter morrido anos atrás. Segundo certas versões, Verdal ofereceu sua própria divindade em troca da vida de Holst, mas sua irmã Aishia, que não queria tal destino para ela, a enganou, lhe impedindo de salvar seu amado.

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