Vida e Sociedade
- animawikia
- Jun 18, 2015
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Se algo caracteriza o Velho Continente é a enorme variedade de culturas que nasceram e morreram. Cada uma delas pôs seu próprio grão de areia na enorme amálgama de países e sociedades que hoje povoam Gaïa e que lhe dão variedade e cor. Apesar de que cada um dos territórios tem suas próprias culturas e tradições, existem certos aspectos gerais que, em maior ou menor grau, se repetem em quase todos eles.
O Governo
Tendo em conta que durante os últimos sete séculos a maioria do mundo conhecido fora unificado por um só poder, o Sacro Império, não é de se estranhar que quase toda Gaïa tenha uma estrutura governante similar. Todos os países se consideravam potências aliadas sob o controle de Abel, ainda que gozavam de uma liberdade quase absoluta em matéria executiva e legislativa. Sob todos os efeitos, o Império se limitava a supervisionar os problemas da política global e de resolver conflitos entre os diferentes países. Isso era possível graças a dois instrumentos: o Alto Senado, uma câmara de decisões nas quais se reuniam os principais dirigentes de Gaïa, e a figura dos quatro Senhores da Guerra, os máximos generais Imperiais.
Apesar de tudo, a grande independência de muitos países permitiu a aparição de modelos políticos realmente diferentes, como a Ordem Ilustrada de Ilmora, o Conselho Comercial de Arlan ou a Associação de Mercadores de Phaion, uma corporação privada que controla o país. Mas tudo isso mudou na atualidade. Agora mesmo, após a fragmentação do Império, a maioria dos Principados se tornaram independentes ou se aliaram formando alianças contra Abel. Ironicamente, salvo raras excessões como Togarini ou Goldar, todos conservam a mesma estrutura governante que mantiveram durante os últimos séculos.
Pela regra geral, em todos os países sempre existe alguém no trono do poder, seja um monarca, um príncipe ou um indivíduo com um título similar. Estes tem o poder sobre todos os seus territórios e são encarregados tanto de ditar as leis como de cuidar dos problemas de seus países. Dependendo do lugar, pode estar apenas sob um poder ou respaldado por um conselho de aristocratas que discutem seus caminhos. Em qualquer caso, imediatamente abaixo dele se encontra a alta nobreza, que se comporta como pequenos monarcas dentro dos territórios. Há lugares dos quais sua autoridade é tanta que o príncipe não pode fazer qualquer coisa sem antes solicita-los e adquirir seu apoio exigido.
Outro modelo político de aparição mais recente é o governo consensuado. Nele, o poder que ostenta é um órgão governante que toma suas decisões por votação conjunta. Nestes casos, os membros deste conselho podem ser eleitos por uma minoria elitista, como em Gabriel, ou inclusive por voto popular, como em Ilmora. Por suposto, todos estes sistemas variam consideravelmente de um lugar a outro, e inclusive há lugares dos quais se utilizam modelos radicalmente diferentes, como em Phaion ou em Baho.
A Classe Alta
Dentro da estrutura da sociedade de Gaïa temos que falar geralmente de dois status distintos dependendo da posição e privilégios. O primeiro deles é conhecido como classe alta, que reconhece todas as pessoas que ostentam uma condição de favor sobre pessoas normais ou "plebeus". É a classe dirigente, os indivíduos que se ocupam de mandar sobre os demais. Mas inclusive neste grupo, é possível encontrar uma ampla diferença de categorias.
Em primeiro lugar, no mais alto escalão social se encontra a chamada alta nobreza, as pessoas mais poderosas de um país. Habitualmente são aparentadas de algum modo com as famílias reais ou pertencem a uma das casas principais da nação. No geral seus títulos são acompanhados de verdadeiro poder político, importantes posses e inclusive pequenos exércitos pessoais. Delegados diretos do monarca, se ocupam de controlar grandes territórios, supervisionar a baixa nobreza, fazer valer a justiça e cobrar impostos. Por isso, disfrutam de enormes fortunas e sua voz sempre é ouvida dentro de suas fronteiras.
Bem abaixo destes se encontra a baixa nobreza, a classe mais estendida da aristocracia. Dentro deste grupo há um considerável número de indivíduos, desde importantes condes ou barões até pequenos senescais ou marqueses. Ao contrário do que se ocorre no caso anterior, não tem porque terem necessariamente grandes posses nem riquezas; inclusive muitos deles não são mais que pessoas normais que herdaram de seus antecessores pouco mais que um título. De qualquer forma, o habitual é que tenham algumas fazendas, como uma mansão ou um pequeno castelo, e controlem os povoados ao redor de suas terras sob a supervisão da alta nobreza.

Finalmente, é necessário falar da nova classe social que surgiu em vários países durante os últimos séculos, mas que não demorou para adquirir um poder que, em muitas ocasiões, rivaliza ou inclusive supera aos nobres mais importantes: a alta burguesia. Se trata de comerciantes e mercadores cuja desigual capacidade aquisitiva os converteu em pessoas extremamente poderosas e influentes.
Muitas vezes controlam bancos, o transporte de mercadorias ou até a manufatura, o que no fim das contas, é a verdadeira economia de um país. A alta burguesia recebe muitos nomes, dentre dos quais se destaca o termo "gentis", que foi propagado em Gabriel. Há alguns países dos quais algumas famílias burguesas tem desbancado a nobreza e dirigem eles mesmos o governo mediante conselhos comerciais. Sobretudo, há certas desavenças entre a aristocracia e os gentis, pois os primeiros detestam a influência que tem "meras pessoas" da população. De qualquer forma, o certo é que muitos burgueses adquiriram títulos nobiliários os comprando ou através de bodas de acordo; assim a linha que separa ambas as classes é cada vez mais difundida.
Títulos Nobiliários
Alto Senador: Título que recebem os membros do Alto Senado Imperial. No geral, são os governantes dos distintos principados, ainda que podem delegar sua posição.
Príncipe: Tradicional título que recebe o senhor de um dos principados imperiais. É equivalente ao monarca deste território, e possui um poder absoluto que apenas responde ao Alto Senado e o Sacro Santo Imperador.
Virrey: Título que recebiam as monarquias tradicionais durante o período de esplendor do Império. Em termos práticos, semelhante ao príncipe.
Grande Sultão: Título do governante de Kushistân. Antigamente equivalente ao de príncipe, mas na atualidade ostenta um poder supremo e independente.
Rei Faraó: Senhor supremo de Estigia, sobre quem recai o poder temporal e espiritual. Até a ruptura do Império, era equivalente ao título de príncipe.
Arquiduque: Ainda que geralmente pode ser equivalente ao título de príncipe, um arquiduque está um grau abaixo deste, já que podem existir mais de um em um determinado território. É o máximo grau da alta nobreza, apenas abaixo dos monarcas.
Duque: Senhor de grande província. Habitualmente, é o título inferior ao príncipe e arquiduque. Tem poder para nomear nobres menores, juizes, e supervisionar as funções dos tribunais.
Sultão: Equivalente ao duque, mas usado nas terras de Al Enneth. Ao contrário do anterior, um sultão também ostenta certo poder espiritual como intérprete do destino segundo a religião Enneath.
Visconde: Um escalão abaixo do duque, é o menor título dentro da alta nobreza.
Conde: O título de maior prestígio dentro da baixa nobreza. É um alto senhor, cujo poder é equivalente em muitos aspectos aos de um duque, mas com menos prerrogativas de controle.
Barão / Marquês: Geralmente existe pouca diferença entre ambos títulos, já que o poder e influência de ambos pode variar consideravelmente, dependendo de cada território.
Senescal: Nobre menor ou "delegado", cujo poder depende exclusivamente de um nobre de maior poder.
As Outras Classes
Os status sociais conhecidos como classe média e classe baixa incluem mais de noventa e oito porcento dos habitantes de Gaïa (ainda que tenha gente que assegura que seja maior). Se trata do conjunto de pessoas comuns que povoam o mundo, todos os indivíduos que carecem de títulos ou fortunas descomunais. Normalmente chamados de plebeus pela nobreza, estes homens livres ocupam centenas de funções na sociedade. Na realidade, a linha que separa o que se considera classe média da classe baixa é muito tênue, já que não responde a nada mais que as riquezas pessoais de cada um.
Um camponês pode ser considerado em um lugar como alguém de classe baixa se vive como um miserável, enquanto que outro que viva mais folgadamente poderia ser reconhecido como de classe média. Habitualmente, na base de toda estrutura social se encontram precisamente os fazendeiros e os camponeses, as pessoas que ganham a vida trabalhando no campo e cuidando dos animais. Sua condição pode ser muito diferente dependendo se possuem ou não as terras que cultivam e os animais que se ocupam.
Normalmente na grande maioria de territórios não são os proprietários, e sim eles que se encarregam de alguns dos nobres locais. Pelo contrário há outros lugares, como Helenia ou Baho, dos quais cada pessoa possui a terra que lavra. Tradicionalmente, há principados dos quais existe um laço de serventia entre o trabalhador e seu senhor. Ainda sem serem propriamente escravos, pois conservam sua liberdade, estão presos completamente a vontade da nobreza.
Depois vem os artesãos e trabalhadores das cidades, dos quais, já por conta própria ou para um rico burguês, se dedicam a elaborar toda classe de produtos. Apesar de que são geralmente bem considerados, há países com um alto nível de industrialização dos quais trabalham de sol a sol por uma verdadeira miséria. Neste grupo existe uma enorme variedade de sujeitos, que podem se ocupar de inúmeros trabalhos.
Finalmente, no ponto mais alto da classe média estão os comerciantes e mercadores, aqueles que recebem as vezes o nome de burgueses. São pessoas que tem seus próprios negócios, e as vezes se unem formando grêmios ou grandes empresas.
O Clero
O clero é uma classe social que merece uma menção muito especial. Na maioria das sociedades de Gaïa, e especialmente naqueles países de maioria cristã, os membros da Igreja tem uma grande relevância por serem considerados os guias espirituais do povo. Mas inclusive dentro do próprio clero há de diferenciar entre duas categorias diferentes: o baixo clero e o alto clero.
Os primeiros são os sacerdotes, monges e cânones, aqueles que se ocupam de predicar a palavra de Deus. Não tem grandes benefícios especiais, mas sua condição lhes permite estarem isentos de muitos impostos.
Acima destes está o alto clero, o equivalente a aristocracia da Igreja. São seus dirigentes, as pessoas que tomam as decisões e organizam o funcionamento e economia das distintas diocésis. A maioria deles são de origem nobre, e se consideram de classe alta. Muitas famílias aristocratas com vários filhos, incapazes de fazer com que todos herdem por igual, fazem com que os mais jovens entrem na Igreja para tratar de assegurar seu futuro.
A Escravidão
Ao contrário do que se ocorre com a serventia, a escravidão é algo que está terminantemente proibido no Velho Continente desde a aparição do Império. Segundo as próprias doutrinas pelas quais se fundou Abel, todo homem, mulher ou criança, sem importar cor ou fortuna, tem direito de ser livre.
Infelizmente, apesar dos elevados valores destes ideais, existem muitos países que extraoficialmente tem admitido a escravidão dentro de suas fronteiras. Os exemplos mais claros são lugares como Estigia ou Kushistân, aonde após a fragmentação do Império, não demoraram para tornar legal uma prática mantida em segredo durante anos. Os escravos são a classe mais baixa do escalão social; por sua própria concepção, não se consideram nem sequer pessoas, e sim objetos ou animais que pertencem aos seus donos. Estes são livres de usa-los, maltrata-los e inclusive as vezes mata-los sem sofrerem represálias.
Vida nas Cidades
As cidades de Gaïa são em geral lugares vivos, cheios de atividade e cor. Quanto mais próspero é o país em que estão incluídos, mais populosas são suas ruas e menor é a vida nos campos. Claros exemplos disso seriam lugares como Arkângel e Du' lucart, que ao longo dos anos tem experimentado um espetacular aumento demográfico, impulsionado pela influência de imigrantes atraídos pela perspectiva de um bom futuro.

Mas acima de tudo, as cidades são centros de comércio, de cultura e de progresso. Todos os avanços que tornaram mais cômoda a existência dos habitantes de Gaïa e que tem sua origem em algumas de suas cidades, e que por sua vez geraram novos estilos de vida. Nelas existem calçadas pavimentadas, escolas, casas adornadas, grandes mercados e uma interminável influência de produtos que permitem aos compradores encontrarem qualquer coisa que estejam buscando. Também oferecem certa segurança aos seus moradores, que deixam de se ocupar pelas tormentas ou pelas enchentes dos rios. Sem delongas, o verdadeiro motivo pelo qual as pessoas vivem em cidades é a facilidade para encontrar trabalho e ganhar a vida. Não são poucos os que sonham em fazer uma grande fortuna graças a um bom golpe de sorte.
Uma grande verdade é que as cidades oferecem mais vantagens que suas contrapartidas rurais, mas também existem gravíssimos inconvenientes. Em primeiro lugar, uma grande cidade necessita de medidas de segurança muito maiores que as de uma aldeia. É raro que uma cidade se veja ameaçada por bandidos ou mercenários, já que só um grande exército pode representar um perigo para milhares de habitantes. Mas, o depredador natural das grandes cidades não é uma armada invasora; são seus próprios moradores.
Amparados no anonimato, florescem grupos criminosos. Ladrões, assassinos, batedores, mendigos e outras pessoas de mal vivem perambulando e exercendo seus ofícios sob as pessoas honradas. Para combater isso, as cidades dispoem de seus guardas, corpos militares independentes que se ocupam de manter a ordem e limitar as atividades criminais por preços aceitáveis.
O controle da cidade recai em um organismo de governo, nomeado comumente pelos príncipes ou a alta nobreza, e que recebe diferentes nomes (repartidor, ajuntador ou delegado). Suas funções são as mesmas: assegurar uma ordem nas obras, controlar a delinquência e a milícia, obter os fundos para pagar aos funcionários necessários para o exercício do Governo e dar as permissões necessárias para exercerem atividades no interior das cidades, um sistema necessário para assegurar o auge do comércio local frente aos possíveis intrusos.
Vida no Campo
A vida cotidiana nos âmbitos rurais de Gaïa é caracterizada por três princípios: trabalho, sentido prático e sobrevivência. Sem eles, a maioria das pessoas não seria capaz de seguir adiante.
Apesar de tudo, na realidade o dia a dia no campo é bastante monótono. Os camponeses trabalham de sol a sol, pois dependem disso para subsistir, e quando chega o tempo da colheita, se afanam por recolher o que cultivaram com o suor de seu rosto. Da mesma forma, os rancheiros tratam de tirar proveito dos escassos meses de calor enquanto levam seus animais para pastar. Após isso começam a se preparar para o inverno, reparando suas cabanas, habilitando os caminhos e deixando os celeiros para a chegada dos frios meses invernais. Assim, o ciclo continua inalterável ano após ano.
Na maior parte dos países, os camponeses são considerados quase como um bem nacional, já que provem de matérias primas e alimentos para todos os status sociais, que apesar de serem considerados superiores, dependem diretamente do trabalho dos lavradores, rancheiros, lenhadores e demais pessoas do campo. Em consequência os nobres locais se asseguram de cuida-los e de lhes dar o apoio necessário, já que no fim das contas, dependem deles para muitas coisas. Em troca os camponeses devem pagar os impostos e trabalhar nas obras que devem ser feitas para o bem comum.
No geral os povos se organizam eles mesmos e o mais normal é que um dos vizinhos seja nomeado prefeito ou líder do povo, seja por sua idade, experiência ou dotes de liderança. Esta pessoa é quem se ocupa de mediar nos assuntos menores e de organizar a aldeia. Em algumas ocasiões é o nobre local quem escolhe o prefeito.
Ao contrário das grandes cidades, as aldeias não dispoem geralmente de uma proteção em firma de milícia local, e a fim de dispor de uma defesa contra bandidos, tanto os que vivem nos ranchos quanto os que habitam em pequenas comunidades, colaboram para assegurar o bem estar da comunidade. Naturalmente, sempre tem algum nobre encarregado da proteção, ainda que seus soldados apenas atuam em poucas ocasiões. Por exemplo, se os povos crescem o suficiente, o que fazem é contratar alguns guardas para assegurar a ordem.
Educação e Aprendizado
Assim como há grandes desigualdades na cultura e tradição de cada nação, há desigualdades em matéria educativa e que são notáveis em todo o Velho Continente. O mais comum é que cada criança aprenda diretamente de seus pais todo o necessário para poder viver, os truques de seu ofício, ou se tem sorte inclusive a ler e a escrever. E se carece deles, aprende na experiência e na prática diária.
De qualquer forma o certo é que uma grande quantidade de Principados ocidentais leva anos criando escolas públicas, financiadas pelas arcas imperiais, para que cada família possa escrever seus filhos. Nestes colégios se ensinam apenas conhecimentos básicos como matemática, linguagem e algo sobre história, mas já é muito mais do que tiveram as famílias no passado. Infelizmente há muitos lugares dos quais a educação é vista como uma completa perda de tempo que toma o interesse das crianças do que realmente deveria importar: O trabalho.
Em alguns principados aonde a nobreza ou a burguesia tem um status muito superior, como Gabriel ou Arlan, o habitual é que as famílias importantes contratem instrutores privados para seus filhos. Estes mestres particulares são muito valorizados, e as principais casas aristocráticas pelejam para conseguirem os melhores. As vezes, se querem que seus filhos recebam uma educação de maior prestígio, estas famílias os enviam para Ilmora ou para a Grande Universidade de Lucrecio, pois incrementa enormemente sua reputação.
As universidades de Gaïa, ou centros superiores de ensino, são sem dúvida alguma as instituições educativas mais importantes. Ainda que são muito raras e são poucos os principados que tem alguma, sendo um total de dez universidades em todo o Velho Continente. Nelas se reunem tanto os melhores estudantes (graças a alguma subvenção) quanto os membros das famílias mais ricas, formando uma verdadeira elite social. Cada uma permite especializar-se em diversas carreiras, ainda que o mero direito de licenciar-se em qualquer uma delas representa por si só um enorme prestígio.

Instituições Mentais
Deste mesmo momento em que a loucura foi catalogada pelos eruditos Ilmorenses como enfermidade e não como possessão demoníaca, começaram a se construir alguns sanatórios mentais com o objetivo de estudar e classificar estes transfornos. Nestes momentos há muitas poucas instituições em Gaïa dedicadas a isso e nenhuma delas é demasiadamente grande ou importante. A maioria nisso foi feito com pequenos avanços, ainda que há alguns lugares em que se opina que a melhor forma de tratar a demência é uma perigosa operação que pode acarretar em terríveis conseqüências para o paciente.

A Cultura Além do Velho Continente
Apesar de suas particularidades únicas, o certo é que a maior parte dos países de Eurakia e das ilhas adjacentes mantém uma cultura geral muito similar a do Velho Continente. Ao estarem todos eles baseados em civilizações humanas que povoaram Gaïa desde a mais de mil anos, elementos como o passar do tempo, a vida diária, a sociedade, a educação, a ciência ou o comércio entre muitos outros tem praticamente o mesmo caráter em ambos continentes. No entanto o certo é que Eurakia, que não começou a se unificar sob a bandeira do Sacro Santo Império até o ano 323, esteve em contato muito mais direto com diferentes forças sobrenaturais durante um maior período. Isto somado que o continente não sofreu de um modo tão direto os efeitos da Guerra de Deus, faz com que seus países sejam muito mais diferentes e com maior influência de raças que já não se encontram entre o homem.
Governo de Eurakia
Geralmente os governos de Eurakia tem poucas diferenças a respeito do Velho Continente, mas ainda assim o certo é que a maioria possuem peculiaridades. Pelo comum no Novo Continente muitos são governos consensuados nos quais o dirigente é escolhido pelo povo (como é o caso de Arabal ou Elcia), algo que sem dúvida é uma raridade, mas também há zonas anárquicas ou escassamente organizadas, como em Corinia ou Ygdramar. O certo é que ao longo dos últimos seis séculos, a participação dos países de Eurakia na política mundial como “Principados do Império” tem sido com raríssimas exceções, escassa. Até agora todas as ações governativas do continente eram “supervisionadas” pelo quarto Senhor da Guerra, mas seu controle real sobre os países vai pouco mais além nas terras mais civilizadas, como Manterra, Arabal ou Elcia. Geralmente cada monarca ou órgão de governo faz o que quer sem responder a ninguém, sempre quando não seja uma moléstia para Abel.
Agora que o Sacro Santo Império caiu, não há nem um só lugar no continente que mantenha seu vínculo com o Alto Senado.
Educação de Aprendizagem em Eurakia
Geralmente Eurakia é um continente com certos atrasos culturais, pois em mais da metade de seu território nem sequer concebem o que são as universidades nem a ciência aplicada. Salvo no caso de Elcia, toda a educação se baseia no que foi desenvolvido em Abel e Ilmora durante os últimos séculos e ali onde há centros de aprendizagem se segue exatamente o mesmo modelo educativo que no Velho Continente. Não se pode dizer o mesmo de Dafne; suas “universidades” são muito mais antigas que qualquer outra em Gaïa.
Atualmente existem treze centros universitários reconhecidos em Eurakia, ainda que só doze deles dão aulas. Na maioria dos casos são menores e menos avançados que as universidades do Velho Continente, pois no lugar de estarem unificados em uma só grande instituição, se separam em centros mais pequenos e especializados. Naturalmente, isso se deve a ânsia das cidades de Eurakia por se equipararem aos países além do oceano, pois se permitem chamar “universidade” e “academia” os centros que no Velho Continente são pouco mais que grandes escolas.

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