Os Artefatos Sobrenaturais

Desde o momento em que as forças sobrenaturais nasceram, no mundo existiu uma infinidade de pessoas e entidades que trataram de imbuir certos poderes em itens especiais. Foram por milhares de motivos, como curiosidade ou glória, que sempre foram os principais, as verdadeiras "origens" que deram nascimento aos artefatos místicos.

Em primeiro lugar, estes itens surgiram do forte desejo dos que careciam de qualidades mágicas ou poderes especiais para utilizarem habilidades impossíveis e se igualarem aos seres superiores. Entretanto, o mais relevante foi o ávido desejo de incrementar os próprios poderes de seus criadores, encontrando um canalizador apropriado que lhes dotara de capacidades ainda maiores.

Os Artefatos em Gaïa

Os artefatos místicos são elementos enraizados na vida de Gaïa. Desde o princípio da história numerosas culturas, tanto humanas quanto não-humanas, deram a tais itens diferentes aplicações. Naturalmente, dependendo do momento e lugar, seu uso e importância podem variar de maneira considerável; houve tempos nos quais apenas foram conhecidos e outros nos quais raças inteiras como os Devah basearam sua civilização neles.

Neste momento, os artefatos místicos são extremamente raros em Gaïa (ou pelo menos, se comparar com o que eram a séculos atrás). Após a Guerra de Deus, a maioria foi destruida ou perdeu seu poder, somado ao fato de que nenhuma cultura hoje os cria abertamente, tudo isso faz com que seu número seja muito escasso.

Esta carência se acentuou por causa da obra de Tol Rauko, organização que se dedicou durante seus seiscentos anos de história a buscar e pôr em custódia todos os artefatos que puderam encontrar (trabalho do qual foram extremamente competentes). Na atualidade, seus templários tem armazenados em sua ilha, praticamente a metade de todos os itens mágicos de Gaïa.

A maior parte dos artefatos que existem atualmente (ao redor de nove de cada dez) são itens de mais de sete séculos de antigüidade, pertencentes ao Império de Yehudah ou outras civilizações não-humanas, que não foram influenciadas pela Máquina de Rah. Os mais habituais são os de procedência Sylvain, Duk' zarist e Devah, pois são os povos que tinham em Gaïa o maior número de assentamentos e cidades.

São muito raras as ocasiões nas quais se criam novos itens mágicos. Na maioria das vezes das quais se ocorrem se trata da obra de indivíduos isolados que os fabricam por necessidade ou para seu uso pessoal, pois só duas organizações, a Ordem de Magus e Sol Negro, seguem criando "organizadamente" artefatos. De igual forma, o nascimento de itens mágicos "poderosos" é agora muito mais raro. A baixa quantidade de magia no mundo faz com que os casos nos quais se possa reunir suficiente energia para afetar algo físico sejam muito raros, ainda que nas vezes nas quais se ocorre seja para criar sempre itens de considerável poder.

Encontrar atualmente artefatos mágicos em Gaïa é algo muito raro, em parte por sua carência e em parte por Tol Rauko. Se bem que é possível encontra-los mesclados com itens comuns sem que ninguém conheça seu verdadeiro valor, a maneira mais exata que esta é explorando ruínas ou restos de civilizações antigas. Isto é especialmente fácil em certos territórios da Vigília, aonde ninguém foi capaz de procurar antes. Mesmo assim, a maneira mais acessível para pessoas com os meios apropriados geralmente é através da Sol Negro, a sociedade secreta que comercializa artefatos místicos com os mercados negros das cidades mais importantes. Seus agentes levam séculos explorando os confins de Gaïa, localizando e reunindo os mais variados objetos. Mesmo que não seja tão impressionante quanto a de Tol Rauko, o certo é que após séculos de buscas e transações, tem desde logo uma coleção impressionante e, por um preço adequado, é possível conseguir itens de variados poderes.

O Nascimento dos Artefatos Sobrenaturais

O nascimento de itens mágicos e artefatos místicos pode ser iniciado de muitas variadas maneiras, ainda que pelo geral todas elas se resumem em três grandes grupos; magia pura, artefatos elaborados e criações fortuitas.

• Magia Pura: Uma maneira tradicional de criar artefatos mágicos consiste em canalizar alguma magia para que ressoe a vontade do lançador e obtenha poderes únicos. O mago que o cria simplesmente introduz no item uma grande quantidade de Zeon bruto, modificando mediante sua vontade as capacidades que terá.

Geralmente, os bruxos mais poderosos fazem uso deste método para criar artefatos simples e se desvanecendo com o tempo e o uso contínuo, perdendo assim suas qualidades únicas. Dada a simplicidade na criação, há um considerável número de itens desta classe no mundo, mas dada sua condição perecedora, também desaparecem rapidamente.

• Artefatos Elaborados: Sem dúvida, este modelo é o que reconhece os itens mágicos mais comuns e poderosos entre os que existem. São todos os artefatos que foram criados como tais mediante um longo e dedicado processo sobrenatural para lhes dar poderes únicos. Em mais de um sentido, poderia se dizer que são os verdadeiros "itens mágicos".

Naturalmente, não existe um só método para confecciona-los. Um mestre rúnico poderia canalizar uma espada de runas para converte-la em uma arma mágica, enquanto que um alquimista poderia sintetizar materiais para elaborar um cristal que concedesse vida eterna.

• Criação Fortuita: Ainda que extremamente raras, é possível que existam alguns itens mágicos que nasceram por si mesmos, sem a intervenção voluntária de nenhum ser. Estes "artefatos" surgem de circunstâncias inusitadas, condições extremas que fazem com que absorvam suficiente energia existencial para obterem poderes sobrenaturais. Poderia ser o caso de uma simples espada que, após ser usada para matar milhares de inocentes, absorvesse em décadas tanto sangue, impregnada de dor e morte, que acabasse tendo consciência, ou um cristal de quartzo que estava presente no momento no qual deidades se combateram entre si e se convertesse em um artefato dotado de grande poder mágico. O nível de poder de um artefato fortuito pode ser tão variável quando as condições que os fazem nascer. Esta classe de objetos, assim como seus poderes, são sempre completamente imprevisíveis, já que por não terem sido criados carecem de um sistema de controle definido e atuam de um modo muito caótico. Pela lógica, apenas o Mestre tem a capacidade de criar esta classe de itens, lhes dando os atributos e habilidades que considerar pertinentes.